Então cheguei à Universidade e descobri toda uma visão de "amizade" diferente. Na minha cidade, tenho a minha família, os meus amigos de sempre, o meu ninho de conforto. Aqui, no meu percurso académico, obtive aquela amizade agridoce: chegamos de todas as pontas do país com o mesmo objetivo e formamos uma pequena irmandade que finaliza esta etapa agora! Ainda hoje, emocionada e carente de palavras vejo mais um GRANDE amigo formar-se, a seguir a mim e a outros tão importantes e o sabor que me deixa é amargo.
Voltaria a repetir tudo outra vez com vocês. E saber que agora, estamos por nossa conta, sem obrigatoriamente estudarmos juntos, rirmos juntos e passar pelo ritual do "foda-se p'ra tese" juntos, deixa-me nervosa.
Descobri que a amizade é mais do que cuidar, é mesmo sem ter de haver um abraço, haver afeto. É torcermos uns pelos outros como se do nosso sucesso se tratasse, e ficar sem isto, meus amigos, arranca-me um pedaço. Descobri amizades que não poderia sequer imaginar que existissem, duma partilha brutal, dum companheirismo fraterno surreal e, ultimamente, com uma intensidade associada que me faz ter a maior gratidão de sempre por ter tido o privilégio de ter estes seres-humanos no meu caminho. Todas as forças que tenho são no sentido de fazer valer a pena este percurso, a nível profissional e acima de tudo pessoal, com pessoas que me ensinaram mais do que 30 cadeiras e com gestos que me fizeram aprender mais que um mestrado inteiro.
Tenho comigo as pessoas mais parvas do mundo, com uma sanidade mental muito questionável, o que me faz sentir em casa. São a minha casa, e eu levo-a para qualquer lado que me seja destinado. Levo uma bagagem minha, mas a deles vem comigo também, e com um compromisso de nunca deixar de ser minha até onde der.
Descobri a amizade que sempre quis definir como a perfeita,e é tudo menos perfeita, mas é a mais bonita que já vivi, e é essa a que levarei comigo