quinta-feira, 14 de julho de 2016

Socialmente Solitária

Considero-me alguém extremamente sociável, e facilmente me encontram a ter conversas de horas com gente que acabei de conhecer. Sou uma fala-barato portanto.
Mas também confesso que tenho uma bipolaridade grave associada: eu adoro estar sozinha.
Sinceramente,acho que nunca pedi a alguma amiga me acompanhar à casa de banho, e livre-me deus de ainda lhe dizer "Anda as compras comigo", que é algo demasiado privado. É todo um estudo encaminhado entre o que chamo "a zona dos diabéticos" onde compro a maior parte da minha comida (não, não sou) e a rápida corrida no corredor das bolachas para não me perder...
Na zona onde trabalho, é muito comum observarem-me perdida nos meus fones, aparte de tudo que se anda por ali a passar, normalmente suja dos pés à cabeça porque até a abrir uma caneta eu solto tinta naquela camisa branca...
Na hora da pausa, coloco os olhos no chão (ainda de fones) e rezo para que ninguém me veja no corredor e me diga "Vais tomar café lá'baixo? Eu vou contigo!" porque aí acabou o momento alto do meu dia de me sentar perto do relvado com a música nas alturas e ficar ali por  minutos a fazer uma fotossíntese abençoada! Claro que eu adoro os meus amigos e de passar algum tempo com eles, só que há rituais que são religiosos para mim...
Ah, e tirar os fones para cumprimentar alguém na rua? Devia dar cadeia, digo desde já!
Conduzir sozinha é um dos meus hobbies também, assim como ir à praia; ficar uns bons minutos só a atirar a bola ao Marley (um dos meus cães) é outra grande terapia.
Nem vos conto o pequeno orgasmo que tenho quando sei que passarei uma semana sozinha em casa. Não faço rigorosamente nada de novo mas que me dá uma grande satisfação, dá...
 Cafezadas depois do ginásio passam a ser mártir onde estou exausta e já só penso em ressonar como gente grande.
Por outro lado, quem me tira uma boa saída à noite entre amigos, um cinema com risadas, um jantar de família/grupo tira-me tudo, mas para isso há toda uma preparação e predisposição que são elaboradas...
Então, Caros, se me virem na rua de fones e eu "não vos vir" não me levem a peito. Pensem que eu também não vos interrompo na casa de banho. Juro que o sentimento é o mesmo...

Sem comentários:

Enviar um comentário

Carta a quem eu era quando deixei de ser.

Miúda, ela vai partir e tu vais deixar de ser filha. E eu quero-te avisar que ela vai partir esta noite. Não precisas de ir buscar o pijama ...