
Dançamos quase numa descrição do que ouvimos, damos gargalhadas altas e fortes, um tanto ou quanto trapalhonas, mas que caracterizam a nossa disposição. Abraços e brindes olhos nos olhos. Fazemos promessas eternas, de coração, seladas com gritinhos histéricos e felicidade na alma.
Miragem. Os meus olhos encontram os teus, e o teu sorriso abre o meu. As saudades que eu tinha de ti e ainda ontem os teus braços eram a minha cama. Beijo-te e tu beijas-me de volta, ergues-me no ar e rodopias-me como se fosse o teu troféu. A música alta entra em nós e o mundo gira demasiado rápido à nossa volta enquanto nos vivemos. Fico presa naquele momento em que o teu rosto fica de todas as cores que te atingem das luzes. Drogas-me de amor... Olá, onde é que andaste a minha vida toda?
Ironicamente, o diabo mostra-me o sorriso dum anjo e acho que ele sabe disso no momento em que me abraça, quase num pedido de desculpas por ter demorado tanto a chegar e a ficar.
Seguras a cerveja e deixas-me dançar e extravasar, porque tu sabes que aquele instante é meu e ninguém mo pode tirar. Tens esse dom, de saber quando ir e vir. Contemplas-me e esperas-me de volta... Atropelado por um retorno esmagador de alegria agarrada ao teu pescoço enquanto arfas para não entornar nada. Vês-me antes de eu me ver e rendes-te a mim, comigo entregue a ti. Perdida em ti, quero saber... Ficas comigo todos os dias em que formos felizes?