sábado, 28 de novembro de 2015

#188 High in Love

O som está alto. Pessoas vibram em gritos no meio das luzes e do ar quente se propaga de corpo para corpo. Saltos, mãos no ar, ritmo e música num uníssono que sai das vozes de todos. Estamos todas, umas com as outras!
Dançamos quase numa descrição do que ouvimos, damos gargalhadas altas e fortes, um tanto ou quanto trapalhonas, mas que caracterizam a nossa disposição. Abraços e brindes olhos nos olhos. Fazemos promessas eternas, de coração, seladas com gritinhos histéricos e felicidade na alma.

Miragem. Os meus olhos encontram os teus, e o teu sorriso abre o meu. As saudades que eu tinha de ti e ainda ontem os teus braços eram a minha cama. Beijo-te e tu beijas-me de volta, ergues-me no ar e rodopias-me como se fosse o teu troféu. A música alta entra em nós e o mundo gira demasiado rápido à nossa volta enquanto nos vivemos. Fico presa naquele momento em que o teu rosto fica de todas as cores que te atingem das luzes. Drogas-me de amor... Olá, onde é que andaste a minha vida toda?


Ironicamente, o diabo mostra-me o sorriso dum anjo e acho que ele sabe disso no momento em que me abraça, quase num pedido de desculpas por ter demorado tanto a chegar e a ficar. 

Seguras a cerveja e deixas-me dançar e extravasar, porque tu sabes que aquele instante é meu e ninguém mo pode tirar. Tens esse dom, de saber quando ir e vir. Contemplas-me e esperas-me de volta... Atropelado por um retorno esmagador de alegria agarrada ao teu pescoço enquanto arfas para não entornar nada. Vês-me antes de eu me ver e rendes-te a mim, comigo entregue a ti. Perdida em ti, quero saber... Ficas comigo todos os dias em que formos felizes?

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

#187 Nem que em outra vida a gente se encontre

Há histórias que precisam de mais de uma vida p'ra terminar, e quando me refiro a esse ponto final é a dar certo. Há vidas que não cabem nas nossas e há vivências que não podem "checar" intemporalmente às dos outros. Existe um tempo e um espaço para o equilíbrio se dar, e ingrata a experiência de quando falhamos num desses termos: ou o espaço ou o tempo não são os apropriados.

Sou apologista de saborear cada trago como se fosse a última gota e isso tem consequências futuras, mas próximas demais. Más! Minto. Exaustivamente degradantes- até ao ponto de ser desumano.

Somos feitos de matéria mundana e somos tão mais que isso: concebemos ligações com o próximo (seja de qualquer tipo ou género) que te fazem entrar numa apoteose sinistra. Eu, individualmente, jogo num sistema de entropia radical: habituo-me facilmente à desordem, que acaba por me acalmar e definir. Sou extremista e pouco ligeira, tanto que qualquer que seja a consequência, eu não morro sem tentar.
Ultimamente, sinto esse sabor amargo e, sim, "tem tudo p'ra dar merda". Mas agora, é o sabor do mundo, são pessoas, energias e emoções que fazem com que encontre em mim, todos os dias, alguém um pouquinho melhor.
Seria hipócrita se não reconhecesse a bomba relógio na qual medito há quase meio ano, e tenho consciência de que o final se aproxima: que da última vez que os olhares se cruzarem, que o abraço se der e que as palavras saírem, irão partir-me em pedaços; a última vez que a água salgada banhar a minha pele irá fazer-se sentir como uma faca e a brisa que outrora me beijou, irá secar os meus olhos. Nunca isso será motivo p'ra deixar de sentir as coisas tão fortes quanto as sinto agora, de me entregar a cada um e a cada local novo de forma tão intensa e só desse modo a adrenalina me faz sentir viva!!! Agora. Se fosse de outro jeito não era tão real. É por ser tão fugaz que vale o que vale. Agora, em que cruelmente, tudo é momentâneo e "passageiro", agora é assim, e não há solução.

Não estava pronta (mas quem estaria?) p'ra abrir tanto os braços e sentir tudo a fugir-me. Mas eu prometo que "mais tarde a gente se encontra". Nem que seja numa outra vida.
"A gente sabe que deu certo quando já não temos por onde fugir e a única solução é deixar ir!"

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

#172 Carta ao meu futuro amor

Olá meu amor do futuro.
Escrevo a alertar-te do que te espera, nesse corpo onde vives e a minha alma irá viver(?!).
Irei dar-te o melhor e mais puro de mim, mas prepara-te também para o meu pior: o mau feitio, a teimosia e as crises bipolares de te amar tanto e de querer de seguida o meu espaço.

Terás de te habituar às minhas fracas horas de sono; de acordares a meio da noite comigo a ter pesadelos, e de me levantar 20 vezes para ir fazer alguma coisa porque me vou esquecer se não fizer na hora..

Podes até estranhar, mas na hora de apagares a luz eu vou pedir-te para que deixes algo aceso, dado o meu eterno medo do escuro. Vou vacilar na hora de saíres da cama e pedir p'ra ficares, mas serei a primeira a arrancar-te comigo para irmos passear ou rumarmos à praia, tomarmos um copo e dançar até de madrugada, um com o outro, com os teus olhos e lábios a beber dos meus. 

Percebe que sou impulsiva e tenho um filtro completamente furado no que me sai pela boca, mas nada do que te possa dizer é com rancor. Vou precisar que na maior parte das batalhas, me abraces e me cales, para acalmar o furacão. Eu vou reclamar, mas não me soltes. Nunca.

Vou dançar enquanto cozinho, vou-te abraçar a toda a hora e pedir-te a mão. Vou rir alto, fazer a dança do quadradinho no meio de uma loja e entrar em êxtase na rua sempre que vir um cão. Vou parar o carro para ir ver se o gajo atrás de mim não atropela o gato, e vou chegar a casa com um pássaro que partiu a asa para me ajudares. Isto tudo enquanto a alça do portátil me tenta esganar, as chaves na boca e não tenho mais mãos para segurar as marmitas. Um festival, portanto!

Raras serão as vezes que me possas encontrar a partilhar os meus problemas. Sou péssima em jorrar lágrimas explicativas, porque o que me dói calada, dói ainda mais quando o pronuncio. Por isso insiste em fazeres-me sentir bem, nem que seja com um abraço a dizer mentiras do tipo "Vai ficar tudo bem!".

Dou um braço por ti, defender-te-ei como uma leoa que ruge pelo seu felino; e above of all farei de tudo para que tenhas paz comigo, contigo e connosco, "sem filtros", porque deitar a cabeça na almofada com o coração limpo não tem preço. E como sou de extremos "gosto tanto de ti que até mete nojo!"

Esta é a carta ao meu futuro amor.
-editado em Agosto 2015, Novembro 2015, Outubro 2016

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

#152- Fica onde te encontras

Fica com quem te dá um arrepio na coluna de cada vez que te toca. Fica com aquele que te tira de ti, que te faz vibrar de ansiedade para que chegue e te amarga a alma de cada vez que se vai. Nesse ritmo agridoce mesmo, de picos definidos e oscilantes.
Fica com quem te faz bem, mesmo que por vezes te apeteça mandar-lhe um chinelo à cabeça, fica com alguém que no fim te abrace nos seus braços imensos como se o mundo todo se escondesse atrás dele. Como se pudesses ficar ali uma vida inteira, ou um momento, não interessa, mas que seja indefinido. Não quereres que seja definido, porque seria limitar as coisas e o que saboreiam é muito mais do que isso...
Fica com alguém que te desafie, te dê a necessidade de ser sempre melhor, de aprender, conhecer e viver. Vive com quem te guarda nas mãos em conchinha, que não te aperta demasiado, nem te solta completamente e aproveita!! Não coloques prazos, entraves e desculpas; aprende a vivê-lo, a sentir o que te pode dar e agarra-o como se fosse o último segundo, mesmo sabendo que não é.
Fica com alguém que te faz sair mais, rir mais, pensar menos e querer mais. Pega em cada pedacinho dele e teu e joga aos dados: arrisca. Olhem-se os dois e gostem-se; gostem-se ainda mais em segredo, numa coreografia só vossa, um tanto ou quanto desajeitada, mas singular. Deixa que ser torne irresistível e apenas... dança!
Deseja alguém com quem o silêncio não seja constrangedor e sim relaxante. Que te tire o cabelo do rosto, te sorria com os olhos e te leve exatamente na viagem que imaginas.
Não fiques com quem te dá segurança, amor e conforto. Ou melhor, fica, mas tu nem imaginas o que perdes. Não queiras alguém só p'ra te dar a mão e estabilidade. Quer alguém, não que te dá a mão p'ra te ajudar a entrar na água fria, mas que te pega ao ombro e se joga dentro contigo.
Procura mais, procura uma partilha de vivências que te faça ser exatamente quem tu gostas e queres ser. Procura-te em alguém, não a tua cópia, mas alguém que tenha um pedaço que queiras ter, e fá-lo ser teu.

Fica com alguém que te faça gostar de ti e te faça gostar ainda mais de ti com ele.
E se um dia não der mais, que o olhes com um sorriso e te lembres de tudo que partilharam com harmonia... que ficaram juntos até onde podiam ficar, da melhor forma que podiam ter feito.

"I knew you were trouble when you walked in..."

terça-feira, 22 de setembro de 2015

#122 "Young, wild and free"- eu preciso do mundo

Sabes quando te sentas no cais da Lagoa e tens o mundo todo à tua espera? Ali. Prontinho para te receber na tua pura essência, na loucura duma experiência que pode ser agora ou a tua vida toda...
Somos feitos à imagem de "nascer-estudar-formar-casar-filhos-morrer" e tudo que foge a isso é um "humanóide" com a matemática meia pirada. Se por um lado não me cai bem o parasita da sociedade que "nem fode nem sai de cima" (e só gasta espaço e $$ públicos, se me permitem), também não me contento com ambições medianas e sentimentos que não saibam a tudo. Felizmente fui criada num seio onde me incutiram que as barreiras são os homens que as criam e os mesmos que as desfazem, e por isso, eu quero poder reinventar-me em cada lugar novo, reescrever o "meu-eu", fazer da Terra a minha casa...
Quero pisar a areia de todas as praias, ver o céu de todas as perspetivas; ficar noites sem dormir para poder trabalhar e usufruir do sabor do mundo; nadar em todos os mares; ver luzes de festas e sentir o som alto no peito; gritar "ao eco" na luz do por do sol atrás do morro; ouvir as gargalhadas em todos os idiomas; andar descalça na calçada de livro em punho a reler relatórios; viver com muita pressa todas as culturas e fazer-me de mundo... Encontrar-me em pessoas, lugares e emoções. Comigo.
Não vou ser hipócrita e dizer que quero ficar sozinha o resto da vida, mas só estou disposta a partilha-la com uma "alma-gémea", com alguém que me leia a dançar ao vento no meio de trilhos e sabores exóticos e que por outro lado, quando trabalho, me trave o vício do dedo roído na boca... Que seja esse "bipolar-medido" igual a mim; que aguente dormir tão pouco quanto eu, por querer fazer sempre tanta coisa... Que me acorde para ir para o laboratório atolada de café, e que me acorde também de prancha em punho; que não me trave e não me impeça de ir quando tiver de ir; acima de tudo: que não me amarre as asas...
A Vida é efémera para ser desperdiçada em tempos lentos, por isso eu quero o meu relógio muito rápido, seja de mão dada com alguém, ou de abraço dado com o mundo. E de coração, sinceramente, essa é a minha última preocupação... Porque como já dizia o outro "quem aprende a surfar, não se contenta mais em ficar na areia".

Essa é a vida à minha maneira, e sei que pode ficar muito ao lado do que esperam de mim, mas foda-se aos desejos alheios. As cicatrizes são marcas das decisões de quem as toma...

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

#73 Verdade ou consequência?


Recusei-me a ver o que estava diante de mim, a observar o verde e azul, a sentir o areia, a cheirar o vento. Obriguei-me a ir, ficando. Vi-me presa num lugar ao qual irei sempre pertencer, sem poder saborear o resto do mundo todo. Baixei os braços, e decidi deixar-me ir, e dei por mim tão viva...
A cor é viva, a gargalhada é viva, o sorriso é vivo, o mar e a terra são vivos, a entrega é VIDA!
Abri os olhos e o peito, inspirei todo o ar que conseguia duma vez e senti que não chegava... Senti que não era suficiente, que nada chegava, e ambicionei mais.
Quase desisti de ter a experiência da minha vida, estive a um pequeno estímulo de sair a correr do aeroporto para os braços da minha mãe e retomar a minha zona de conforto. A verdade é que quis ficar, e a consequência disso é não me arrepender sequer por um segundo por ter sofrido tanto com a minha decisão!
Todos os dias a saudade magoa, mas agora é a hora de viver com isso, na "linha bamba"...
Se irei voltar? Parte de mim, nunca, mas quando olhar a lua, sei que será exatamente igual deste lado do oceano. Agora, vou ali ser feliz e não volto (a mesma).
É a minha vez, agora sou eu, só eu.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Entretanto em "50 sombras"...

"Quero foder-te como um animal. Sem pensar, se me conter, sem sequer pensar no teu prazer, só no meu. Foder-te da forma instintiva, egoísta, impensada. Sem palavras e sem preliminares além dos meus olhos a verem um sim nos teus, e o resto são mãos e braços, mamas, cus. Quero foder-te como se não soubesse que há amanhã, como se o mundo acabasse já, como se o mundo estivesse sempre à beira de acabar, por isso tenho sempre tanta vontade de te foder. Quero foder-te como um animal, que é tão mais digno e bem melhor que tantas fodas calculadas. Sem romantismos, sem esperar nada, a dizer-te e a fazer-te o que quero, só pelo meu prazer, e tu que me faças o mesmo, que és igual a mim. Quero foder-te. E quero-te a ti, não quero outro(a), e isso é simples e não requer pensar: animais como eu fodem os da sua espécie, os da sua laia. E eu contigo criámos – criamos todos os dias – uma espécie que é só nossa, e enquanto a formos, somos um para o outro o último lobo da terra, a foder à lua cheia, até de madrugada, até a manhã chegar."
Menino de Sua Mãe

terça-feira, 28 de julho de 2015

Mente

Aperta o peito. Ilude-te que não sentes mais o que te percorre as veias lenta e dolorosamente.
Não jogues mais, descalça-te de ilusões e desprende-te do sonho que te mata e te torna viva...
Não há alma pura que toda a vida tenha sido clara; sempre existe uma altura negra, que gera cinzas que mais tarde serão suaves, poucas,finas... Neutras...
Renuncia o desejo de querer, de lutar, de acreditar numa crença falsa. Despe-te dessa esperança que corrói todo o teu ser, que te impede de ser algo que roce o "feliz", que te nega um caminho limpo e claro. Mente se te faz bem, mesmo que doa, mente para alcançares paz.
Engana, esconde e rodopia nas asas do destino, desafia a tua dor para que esta não te algeme a pouca aura serena que te resta.
Acredita na necessidade de mentir quando a verdade dói menos, todavia é um veneno!

segunda-feira, 27 de julho de 2015

sábado, 25 de julho de 2015

#day64 Meu mar, doce lar

Cada trago, cada cheiro, cada visão... É tudo exótico.
A chuva é amena, o cinzento é brilhante, o frio é quente, o vento beija o rosto suavemente, e acima de tudo, o toque... o toque é mágico, os sorrisos são sinceros e já de saudade. É uma sensação de liberdade acima daquela que humanamente eu tinha provado. O mar é meu, é teu, transmite-te posse, como se fosses dona de tudo aquilo que entra em contacto com os teus sentidos. Meu mar, doce lar...
A Lagoa é minha, a areia pertence-me, a música é feita à minha medida, as gargalhadas recriam-me e tornam-me em alguém que não conhecia ou estava adormecido.
A aceitação gera um sonho maior, uma ambição inacreditável, e tudo isso dá-me a maior bagagem que posso levar ao meu país; dá-me um coração cheio de momentos que serão um dia memórias, mas que morrerão comigo tão vivas quanto hoje.
Confirmo, é a fase que está a catapultar a minha vida. Em dois meses senti coisas tão fortes, chorei com tanta raiva, com tanta saudade, apercebi-me do quanto amo (e meu deus, amo tanto), aprendi a dar valor aos momentos a sós, a conhecer-me, ri até doer a barriga como já não acontecia há muito e abracei estranhos como se de meus se tratassem.
Porque aqui é assim: a mais pequena luz é a maior iluminação que podes ter; o abraço é quente, precoce e honesto. As pessoas tornam-se nas tuas pessoas em breves instantes, com pequenos detalhes, são os teus diamantes... É maravilhoso, e é tão forte que faz doer o peito...
Mas eu ainda não sei nada, no entanto, estou de braços abertos aos 5 meses que faltam. Com dor de saudade mas com a alma em paz, e finalmente, em paz REAL!

Bem-Vindo "Novo-eu", que venhas para ficar !!!

quinta-feira, 23 de julho de 2015

out of topic #212: Amanhã o sol volta a nascer

Tu não podes ficar, não queres poder ficar. É confuso, é real e é mesmo assim que se processam as decisões da tua vida.
Garota, não é por deixar de ser que o amor deixa de existir. Chega aquela altura que não há mais saídas, que as alternativas se esgotam, e tu sabes o que vem aí.... Amor não deixa de ser amor só porque agora passa a doer. P'ra doer é porque tem valor. O valor que tiver; tem aquele que tu lhe deres/deste.
A sensatez obriga-te a fechar caminhos para abrir novas estradas; a racionalidade obriga-te a desistir. Nunca do amor, nunca de amar. Obriga-te a amar de tal modo que tens de desistir. Nenhum amor acaba, na verdade. É amortecido, escondido ou até fingido... Mas deixa de doer, um dia, juro que deixa. Pode demorar uma vida a curar totalmente, pode nunca curar no seu cerne, mas é possível alcançar uma vida feliz sem tudo aquilo que faz sentido agora, "sua linda!!!"
Surreal? Pouco romântico? Talvez agora, mas tornar o teu pico de paixão numa galeria de memórias é uma etapa NECESSÁRIA e totalmente saudável, não te tornando vazia...
Há um pedaço de ti arrancado, e o tudo parece nada. De repente, a harmonia pessoal e gratidão passam a ser algo pouco alcançável. É desesperante, é de facto uma impotência megalómana que te tira o fôlego, no entanto, é a única forma de te trazer paz.

Desliga essa música, limpa essas lágrimas, tira o pijama... Abraça-te a ti, ama-te e recria-te. "Reconstroi-te" de amor, paz e determinação. Olha bem p'ra chuva, pois só depois dela chegará o arco-íris: POR ESSA ORDEM! Vive-te e amarra-te bem, pois há planos grandiosos para ti.
Garota, deixa ir é uma forma de amar, é a forma mais pura e dura de amar, e não é menos amor só porque causa mais dor.
E é claro que amanhã o sol voltará a nascer

quarta-feira, 15 de julho de 2015

#53 Asas do tempo

Deparo-me mais uma vez, com a filosofia que tanto defendo: A Vida é uma dádiva. 

Em conversa, há uns dias, com uma nobre alma que apareceu no meu caminho (e que karma bom, Mãe-Vida, tenho sido muito abençoada com a gente que se tem atravessado no meu caminho), explicava-lhe realmente a minha religião. Então, eu sou uma "ateia disfarçada", isto é, não creio em nenhuma religião e por isso fiz (ou encontrei) a minha. Acredito na Vida, na Palavra/Ação, no sentido de Dádiva e no Karma. Acredito que o positivo atrai positivo, não importa em que grau (eu posso desejar viajar no mundo inteiro, e vocês desejarem ser "jogadores da bola" e nenhum vale mais que o outro). Acredito que cada um recebe aquilo que pode receber, que consegue receber e o que tem de receber; que nada é em vão (bom ou mau); era/foi/é o que tinha de ser, e só aceitando todo o processo e recebendo cada momento de espírito solto é que se atinge uma harmonia deliciosa! 
Cada um gosta como sabe: se eu gosto 90 e é o meu máximo, e tu gostas 95 e o teu máximo é 100, defendo que eu gosto mais do que tu, porque tudo de mim é focado nisso. No entanto, apesar da tua capacidade de dádiva ser maior, e teres atingido uma etapa superior à minha, o que existe em ti é uma espécie de "sensação encapsulada", que não é vivida ao máximo. E por isso, aceito que me abracem suave, se isso for "o tudo"; não aceito um "meio-abraço" de alguém que "abraça inteiro". Na verdade, não gosto de nada pela metade ou 80% ou raio que o parta, pois ou sabe (tem sabor) a tudo, ou não vale nada (P.C.F).

Isto tudo para referir que não, eu não AMO como já amei, no local onde estou; não sou feliz, como fui antes; não tenho o meu máximo a 100. Mas o meu máximo, agora, está preenchido, está de braços abertos e olhos fechados, com a maior gratidão que já alguma vez senti, porque FO**-SE, é a experiência da minha Vida, está a ser um auto-conhecimento brilhante e vai-me preencher de tal modo que todo o meu corpo e mente quererão ficar na hora de partir. 
É a primeira vez que estando chuva, o dia é lindo; andar de transportes horas, são horas de pensamentos puros; o frio aquece e o escuro é iluminado de energia positiva, e por isso "EU TE ACEITO, FLORIPA!!!!"

O tempo voa, e eu só agora abri as asas, mas o céu é meu.... Vai ser meu... ou pelo menos, senti-lo-ei como tal

quinta-feira, 25 de junho de 2015

#32ºdia - a 1ª despedida do Brasil

Foi ontem. Passaram agora umas 16 horas desde que me despedi de uma das pessoas que mais gostei de conhecer em Floripa, ainda o jogo mal começou. Alojada na Lagoa da Conceição há 29 dias e há pouco menos no coração dessa portuguesa que me conquistou no primeiro diálogo, hoje estou pesada. Estou com o coração despedaçado.
Meus caros leitores, podem achar um exagero o que vos conto, mas a verdade é que em menos de um mês, entreguei segredos e partilhei gargalhadas/lágrimas como não o faço com pessoas que conheço há décadas. Foi uma das maiores prendas que o Brasil já me ofereceu; foi poder criar uma amizade de palhaçadas, confidências e lealdade; foi abrir o coração a este intercâmbio que me tem surpreendido, em 4 semanas.
Há uma ironia macabra da vida que reside no facto de te darem um chocolate quando estás desejoso de açúcar, e ninguém te dizer que é amargo. É bom, de qualquer das formas, mas cria um certo desconforto. Ora aí está, vivi o início da minha experiência com ela sempre por perto, nem que fosse a toda a hora pelo telemóvel, e todos os dias no belo do café (e afins), e agora foi-se para as nossas terras lusitanas. Assim. Sem pedir licença.
Os meus olhos já a querem ver de novo, ó deus, se querem... Passaram 16 horas de meio ano, e isso destrói-me. Estou ciente de que mais gente entrará na minha vida e que isto é apenas um até já. Possivelmente, irá haver "ate já's" mais longos que este, dado que somos intercambistas naturais do mesmo país. No entanto, senti que ela era a minha pessoa. Era aquela com quem queria passar o meu intercâmbio. E garanto-vos, eu vou passar! Vou, porque nem por um único dia vou tirar tamanha alma do meu coração. Vou fazê-la ser sentida aqui...

Hoje, revejo o o último abraço que te dei, já encharcada em lágrimas e sei que da próxima vez, será igual, mas dessa, será um "Olá, vim p'ra ficar!"
"Vai que a gente se encontra de novo". Minha Cucuínha, espera por mim, ou volta p'ra nós, rápido, que isto assim ficou sem metade da graça!
PS- Espero que tenhas gostado da mensagem na bandeirinha *.*

sexta-feira, 29 de maio de 2015

#dia7 Muda de vida...

Bem, não escrevo há muito, mas a minha vida deu uma volta tão grande que quase que me sinto obrigada a voltar aos velhos hábitos.
Exatamente hoje, faz uma semana que me mudei para o Brasil, num programa de intercâmbio. Cheguei desamparada, sozinha, morta interiormente e já coberta de saudades do meu país e das minhas pessoas.
Confesso que nos dias antes da minha partida vacilei, e quis deitar tudo a perder; o medo de ir a solo para o desconhecido, de deixar a minha progenitora (já há meia década sem o meu pai- em África) sozinha, de conhecer pessoas que temia que não me aceitassem (agora que já estou um tanto ou quanto vincada na personalidade), de passar mais de meio ano fora da minha zona de conforto... tudo me quis fazer desistir. Era uma mudança radical, do tudo ao nada ou vice-versa!
Cheguei a Florianópolis e fui abençoada, com um anjo caído do céu encarnado num corpo humano feminino. Foi o meu porto seguro, a alavanca para tudo, o ser que evitou o meu desastre. Quatro dias depois queria desistir. Não conseguia esconder o sorriso fechado, o olhar vazio e os 3kg a menos. Então, novamente, o anjo sorriu-me, deu-me força e mostrou-me que
nunca poderia baixar os braços enquanto a tivesse a meu lado, Posso resumir a minha experiência a ela, dentro de meio ano? Não! Porém, posso garantir que a suporto, em grande parte, pelo apoio dela.
Mas o que sei eu? Estou aqui há 7 dias, ainda desconfortável mas mais segura e capaz; certa de que os que amo esperam por mim ansiosamente tanto quanto eu desejo tê-los. Nestes escapes ao mundo real apercebi-me que a família é aquela que escolhemos, e não apenas o laço de sangue, que por vezes, vale o que vale, e não vale porra nenhuma! Eu tenho uma família, não muito grande, mas linda, maravilhosa, que todos os dias me conforta a um continente de distância. A internet ajuda muito a superar a saudade!!!
Vou criar aqui uma família, que já iniciei com o meu anjinho da guarda, com quem já tenho uma ligação tão forte, e que se tudo correr bem, será uma família com membros dos quatro cantos do mundo.
Tenciono sair daqui mais sábia, com uma bagagem que me faça enfrentar as coisas de modo mais frontal, com ligações saudáveis e com a saudade no nível máximo.
O que mais me faz falta (além do bom café)? O abraço... O abraço bom dos meus!
Agora, minha querida Floripa, mentalize-se que vim p'ra ficar, e proporcione-me a experiência da minha vida, se faz favor!!
Faço a promessa de ir até ao meu limite, e que o meu limite seja aquele que espero, e vamos ver-nos no Natal, gente da minha Terra!

sábado, 14 de fevereiro de 2015

(apenas) 3 razões para gostar do filme "As Cinquentas Sombras de Grey"


1. É um romance erótico, não é porno!
A inocente Ana Steele e o dominador C.Grey criam um romance no qual se envolvem amorosa e sexualmente baseando-se em BDSM [ Bondage e Disciplina (BD), Dominador e Submissa (DS), Sadismo e Masoquismo (SM)]. No filme existem cenas BDSM q.b, do jeito que acontece no livro: um tanto ou quanto soft, dado que a personagem Ana é iniciante neste mundo, por isso não esperem a "violência" associada a este estilo, pois nem no livro isso acontece. Não se vê pilinhas nem "a deusa interior" a não ser uma pequena parte rápida, e sinceramente, o que é que isso trazia de "melhor" ao filme?

2. O filme é literalmente o que o livro (e só o primeiro livro e ÚNICO-sem apêndices) retrata.

Faltam cenas? Logicamente. O filme já é longo, queriam espetar o livro todo em filme? Impossível. Obviamente que um filme, regra geral, nunca é tão bom quanto o livro, e o "As Cinquenta Sombras de Grey" não foge à regra. A imaginação vale muito mais do que uma tela de cinema. Mas a verdade é que retrata exatamente o que aparece no livro (o primeiro). Se os diálogos são pobres? São os mesmos que o livro tem. Já o livro foi considerado, por muitos, mau. É uma questão de gostos, mas quem está à espera de um filme diferente ou é porque não leu o livro, ou porque espera o fator surpresa com uma história diferente. Ora sendo assim, já não seriam  As Cinquenta Sombras de Grey e eram 60 ou coisa parecida. Ninguém tem de ler o livro, mas a intenção de criar o filme foi a de transpor o romance literário para cinema, sem mexer na história, e foi que o foi feito. Esperavam o quê? Ficção científica? Grandes dilemas policiais? Mas o livro não é isso...
Se o livro é bom? Isso já é outra história... 
"O gajo é um rico que não trabalha e gosta de dar palmadas"? Pois, nem tenho comentários! Basearam-se no 1º livro e SÓ nesse e não em todos os outros romances semelhantes escritos. Preparem-se para ver o livro em ecrã gigante e SÓ isso, sem tirar nem por. Além disso, no fim, ouvia-se no cinema "a sério que acaba assim?". Meninas, leiam os livros! 

3. Os personagens interpretam os papeis segundo a visão da autora.
É verdade que ninguém queria a Dakota porque era muito "pão sem sal". Repetindo-me: leram o livro? ou sabem alguma coisa dele? Estão a dizer-me que a Anastasia Steele era uma mulher atrevida? É submissa, era uma estudante virgem e inocente que temia entregar o seu coração!! No filme essa parte inocente gera até uma certa comédia, por ser algo que o Grey seguia à risca e a garota goza com tais valores... Se é mais ou menos bonita do que retrata o livro? Caros, a imaginação de cada um leva-o para onde quer. No livro ela é magra, olhos claros com um estilo um tanto ou quanto reservado. Ora check, check,check! O resto foi como a produção quis que fosse.
O Jamie Dornan, a meu ver interpreta o Christian Grey exatamente do modo como imaginava. É um dominador que se apaixona por alguém que lhe faz passar os seus limites. Tal como a Ana tinha os seus limites intransponíveis, ele de facto também os tem, e "ultrapassa-os" (por uma submissa). É intenso e cordial, como quem leu os livros, o conhece.

Posto isto, o filme foi tal e qual o que estava à espera. Não foi, de todo, o filme da minha vida tal como os livros não foram os livros da minha vida; mas foram algo que me fez ficar agarrada e devorar cada página em segundos. Admito que, para quem não leu os livros, o filme não tenha muita graça, no entanto, não é um "flop" como o pintam, a meu ver.
Um bem-haja, "Genies" :)

Carta a quem eu era quando deixei de ser.

Miúda, ela vai partir e tu vais deixar de ser filha. E eu quero-te avisar que ela vai partir esta noite. Não precisas de ir buscar o pijama ...