sexta-feira, 29 de maio de 2015

#dia7 Muda de vida...

Bem, não escrevo há muito, mas a minha vida deu uma volta tão grande que quase que me sinto obrigada a voltar aos velhos hábitos.
Exatamente hoje, faz uma semana que me mudei para o Brasil, num programa de intercâmbio. Cheguei desamparada, sozinha, morta interiormente e já coberta de saudades do meu país e das minhas pessoas.
Confesso que nos dias antes da minha partida vacilei, e quis deitar tudo a perder; o medo de ir a solo para o desconhecido, de deixar a minha progenitora (já há meia década sem o meu pai- em África) sozinha, de conhecer pessoas que temia que não me aceitassem (agora que já estou um tanto ou quanto vincada na personalidade), de passar mais de meio ano fora da minha zona de conforto... tudo me quis fazer desistir. Era uma mudança radical, do tudo ao nada ou vice-versa!
Cheguei a Florianópolis e fui abençoada, com um anjo caído do céu encarnado num corpo humano feminino. Foi o meu porto seguro, a alavanca para tudo, o ser que evitou o meu desastre. Quatro dias depois queria desistir. Não conseguia esconder o sorriso fechado, o olhar vazio e os 3kg a menos. Então, novamente, o anjo sorriu-me, deu-me força e mostrou-me que
nunca poderia baixar os braços enquanto a tivesse a meu lado, Posso resumir a minha experiência a ela, dentro de meio ano? Não! Porém, posso garantir que a suporto, em grande parte, pelo apoio dela.
Mas o que sei eu? Estou aqui há 7 dias, ainda desconfortável mas mais segura e capaz; certa de que os que amo esperam por mim ansiosamente tanto quanto eu desejo tê-los. Nestes escapes ao mundo real apercebi-me que a família é aquela que escolhemos, e não apenas o laço de sangue, que por vezes, vale o que vale, e não vale porra nenhuma! Eu tenho uma família, não muito grande, mas linda, maravilhosa, que todos os dias me conforta a um continente de distância. A internet ajuda muito a superar a saudade!!!
Vou criar aqui uma família, que já iniciei com o meu anjinho da guarda, com quem já tenho uma ligação tão forte, e que se tudo correr bem, será uma família com membros dos quatro cantos do mundo.
Tenciono sair daqui mais sábia, com uma bagagem que me faça enfrentar as coisas de modo mais frontal, com ligações saudáveis e com a saudade no nível máximo.
O que mais me faz falta (além do bom café)? O abraço... O abraço bom dos meus!
Agora, minha querida Floripa, mentalize-se que vim p'ra ficar, e proporcione-me a experiência da minha vida, se faz favor!!
Faço a promessa de ir até ao meu limite, e que o meu limite seja aquele que espero, e vamos ver-nos no Natal, gente da minha Terra!

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