Ando presa num assunto que me deixa sempre dividida. O
“esquecer” e “não esquecer” torna-se num hábito, nos corpos de toda gente.
Sinto, por vezes, que esse é o maior motivo pelo qual não evoluímos.
O facto de estarmos presos ao passado impede-nos de projetar
um futuro distinto e abundante de sucesso. Seja em carreiras, em relações
amorosas ou até em assuntos mais “fúteis” como forma física. Acontece que, o
que tanto fez para ser lembrado, é impossível de se esquecer totalmente, e é
uma perfeita idiotice acreditar que tal é viável.
Além disso, esquecer não é fingir que não conhece, não é rejeitar chamadas, não é
evitar ver as fotos do "antes".
Esquecer é aceitar: é receber as chamadas, falar, e ver fotos e sentir uma sensação de conforto e tranquilidade. Isto, é apenas um exemplo.
Esquecer é aceitar: é receber as chamadas, falar, e ver fotos e sentir uma sensação de conforto e tranquilidade. Isto, é apenas um exemplo.
Obviamente,
não estaremos a entrar em campos mais científicos e teóricos da psicologia em
que o esquecimento, nada mais , nada menos, se resume como o ato de esvaziar um
conteúdo da nossa memória, que não será mais acessível.
Isso
é, de facto, o que todos nós queremos. Infelizmente, e no meu ponto de vista, a
psicologia, não consegue descrever as coisas da forma “real”, neste assunto e
torna-se demasiado retilínea, quando isto é um assunto totalmente aos
ziguezagues.
Torna-se,
então, impossível falar de esquecimento quando o assunto ao qual me refiro é
uma rotina no dia-a-dia. Não, eu arrisco a falar de esquecimento aliado à
aceitação. Não será necessário privar-me do acesso a um conteúdo que tanto me
fez feliz, porque agora já não faz mais. É necessário (e isso sim), aceitar que
tal se sucedeu, analisar todas as suas consequências e enfrentá-las. Por outro
lado, nem sempre a mente nos proporciona uma rápida e fácil aceitação. O tempo
ajudará e obviamente o estímulo mental também.
Por
isso, quero então referir-me a todos os assuntos que não nos deixam prosseguir,
que nos fazem ficar entalados e presos a algo que não voltará mais a fazer
parte dos nossos dias. Esses que precisam de ser “esquecidos” para então,
poder-se atingir o sucesso.
De
forma um pouco contraditória, acho que para esquecermos, precisamos de lembrar.
E esse “lembrar”, é inicialmente associado a uma má-disposição e talvez até a uma dor subjacente. Tendo em
conta aquilo que sou e que penso e, obviamente, apoiada nas minhas vivências,
esse mal-estar associado desaparecerá, com o “amigo tempo”, maturidade e quando
tal acontecer todas essas sensações escuras, passarão a ser ora neutras, ora de
tranquilidade.
Por
fim, e sem menos importância, tudo aquilo que anteriormente me atormentava e me
causava sofrimento, transformou-se numa calma inigualável. Resta saber se
sequer isto tem valor lógico e creditação.
Pode
não ter, de facto, e até posso concordar, mas não deixa de fazer sentido
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