Fica até quereres...
Fica enquanto a outra pessoa, embora possa viver sem ti, prefira viver contigo. Sim, VIVER! Na totalidade do significado. Não é passar noites, não é dividir uma refeição, não é sequer enrolar-se na mesma cama que tu; é VIVER cada momento contigo, projetar um futuro contigo nele, é tomar decisões a médio e longo prazo em que as tuas vontades também cabem.
Fica num corpo, cuja alma é menor sem a tua existência. Fica junto a quem soma algo à tua vida (que por si já é tão boa) e não que a preenche por completo onde não pode caber mais nada ou ninguém. Onde as tuas moralidades, filosofias e sonhos são respeitados do mesmo modo que são por tua parte, em qualquer assunto, fica. Onde não tens de competir por amor, não precisas de pedir por carinho e compreensão, porque o tens por direito, fica.
Fica com alguém que quando te dá um abraço, te protege do mundo; e que por outro lado o queira visitar inteirinho contigo;que queira fazer parte do teu mundo, que queira que tu faças parte do dele... Fica com alguém que te faça gostar de ti e te faça gostar ainda mais de ti com ele.
Fica enquanto houver amor dos dois, porque o amor morre quando alguém já não morre de amor. Enquanto sentires isso, fica e fica confortável como se nunca dali quisesses sair. Fica nos maus momentos também, por saberes que se resolvem; que ambos são moldáveis e que no fim, são melhor juntos do que separados. E se já forem velhinhos, que fiquem até onde a Vida deixar. E na próxima vida voltam a tentar..
Fica com alguém que é amor. Fica até quereres. Fica até que a vontade de querer seja maior que o conforto de desistir. Fica enquanto fores mais feliz do que eras antes.
(E quando tudo isto for uma dúvida, vai...)
quinta-feira, 5 de abril de 2018
sábado, 31 de março de 2018
Juntamos os trapinhos?
-Se vires que não encontras nada,
podemos procurar uma casa juntos!
O coração dela tremeu; a boca
secou e as mãos suavam como se estivéssemos no calor do verão, em pleno mês de
Março, 4 meses depois de os seus lábios se terem tocado pela primeira vez.
-Tu… Tu estás a dizer-me para
irmos viver juntos?
A resposta a isso deixava-a sem
qualquer reação. Fosse ela qual fosse. Queria de coração que tudo desse certo,
sentia-o desde a primeira vez que o viu. Não quando o olhou, quando o viu. Mas sabia tão bem quanto ele que tinha tudo para dar errado. O êxtase desta vivência era nenhum dos dois ter a sua sanidade mental equilibrada com a atração que ambos sentiam.
-Eu acho que sim. Não sei. Não
queres?
Notava-lhe um medo miudinho, como
se ele estivesse tão nervoso quanto ela. Claro que ela queria. Queria tanto que
tinha medo que desse tudo errado. E tinha tudo para dar… Duas pessoas, com um
passado tão diferente, com mais de duas décadas separados; com toda uma vida
até lá sem saberem da existência um do outro. Ela sensível, faladora e dona do
seu nariz, ele frio, fechado e individual. O que tinham em comum, era já terem ultrapassado todos os limites de velocidade numa relação relâmpago.
-Espera. Tu estás a falar a
sério? Estou em choque.
E aí o nervosismo dele passou o
dela. “Porra, estou. Tu achas que não devemos?”.
O que ela achava neste momento
era que não conseguia sequer ligar o carro. Parada no estacionamento, perdida
no vazio da sentença “Eu vou mudar-me com um homem que conheço há uma centena
de dias”. Estava louca. Mas o que é o amor sem o seu Q de loucura? Queria-o. Muito. E sabia que era querida por parte dele também. Isso não devia bastar?
Corria uma brisa muito leve, e o
sol já estava a pôr-se. Foi a última luz do dia que viu antes de aceitar a
viagem da sua vida, de um amor, que com certeza veio de outras vidas.
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