segunda-feira, 3 de agosto de 2015

#73 Verdade ou consequência?


Recusei-me a ver o que estava diante de mim, a observar o verde e azul, a sentir o areia, a cheirar o vento. Obriguei-me a ir, ficando. Vi-me presa num lugar ao qual irei sempre pertencer, sem poder saborear o resto do mundo todo. Baixei os braços, e decidi deixar-me ir, e dei por mim tão viva...
A cor é viva, a gargalhada é viva, o sorriso é vivo, o mar e a terra são vivos, a entrega é VIDA!
Abri os olhos e o peito, inspirei todo o ar que conseguia duma vez e senti que não chegava... Senti que não era suficiente, que nada chegava, e ambicionei mais.
Quase desisti de ter a experiência da minha vida, estive a um pequeno estímulo de sair a correr do aeroporto para os braços da minha mãe e retomar a minha zona de conforto. A verdade é que quis ficar, e a consequência disso é não me arrepender sequer por um segundo por ter sofrido tanto com a minha decisão!
Todos os dias a saudade magoa, mas agora é a hora de viver com isso, na "linha bamba"...
Se irei voltar? Parte de mim, nunca, mas quando olhar a lua, sei que será exatamente igual deste lado do oceano. Agora, vou ali ser feliz e não volto (a mesma).
É a minha vez, agora sou eu, só eu.

Carta a quem eu era quando deixei de ser.

Miúda, ela vai partir e tu vais deixar de ser filha. E eu quero-te avisar que ela vai partir esta noite. Não precisas de ir buscar o pijama ...